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Nota Técnica da vigilância em saúde esclarece tratamento e quimioprofilaxia para leptospirose

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A Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgou nesta quinta-feira (09/05) uma nota Nota Técnica para reforçar a vigilância sobre a leptospirose, a importância do tratamento oportuno e as circunstâncias específicas paras as quais há a recomendação de quimioprofilaxia. A situação de calamidade no Estado em razão das enchentes desde a semana passada demanda esse fortalecimento das medidas preventivas.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira, comumente adquirida através do contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados. Após eventos como enchentes, há um aumento do risco de transmissão. Nessas situações, quando possível, as pessoas devem utilizar botas e luvas de borracha onde vier a ocorrer o contato com água ou lama.

O tratamento deve ser iniciado no momento da suspeita clínica, não necessitando aguardar a confirmação dos resultados laboratoriais, e está indicado em qualquer período da doença. Porém, a eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.

A quimioprofilaxia, por sua vez, é o uso de substâncias ou meios químicos para impedir o desenvolvimento de uma doença ou de uma infecção. Seu uso para a leptospirose como medida de prevenção em saúde pública em casos de exposição populacional em massa, por ocasião de desastres climáticos como enchentes, não é uma ação recomendada. Esse tratamento, realizado com medicamentos antimicrobianos não é 100% eficaz, e, mesmo com o seu uso, a pessoa pode adquirir a doença.

Entretanto, considerando que há estudos na literatura sugerindo benefícios, a quimioprofilaxia para pessoas que estão atuando no resgate pode ser considerada, por estarem em exposição constante e com risco alto de infecção. São considerados indivíduos expostos: equipes de salvamento militares ou civis que se expuseram de forma prolongada a águas de enchentes, nas quais equipamentos de proteção individuais (EPIs) não são capazes de prevenir a exposição.

Quanto maior o tempo de exposição à água potencialmente contaminada ou lama, maior o risco. Exposição repetida aumenta o risco, assim como a ausência de EPIs. O risco é maior na exposição de água parada e lama (como o atual cenário pós enchente). Em águas correntes de enchentes, o risco é baixo, devido ao grande volume e diluição do micro-organismo causador da doença.

Neste contexto, a quimioprofilaxia deve ser iniciada o mais precocemente possível para esses indivíduos expostos com alto risco, preferencialmente em até cinco dias (120 horas) após início da exposição. Antes do início da quimioprofilaxia é imperativa a avaliação clínica para descartar sinais e sintomas da leptospirose, pois nessas situações é necessário o início do tratamento e não da quimioprofilaxia.

Para os municípios afetados em razão das enchentes, a SES irá realizar o fornecimento dos medicamentos através do Departamento de Assistência Farmacêutica, juntamente com os demais medicamentos. Os estoques devem ser gerenciados de modo que seja dada preferência ao tratamento dos casos suspeitos e confirmados em detrimento da quimioprofilaxia.

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