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Moradores de residenciais terapêuticos visitam Acampamento Farroupilha

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Sentados à mesa, dois ex-moradores do Hospital São Pedro aguardam o almoço junto à equipe multiprofissional que os acompanha
Equipe multiprofissional acompanha egressos do Hospital São Pedro - Foto: Divulgação/SES

O Piquete Estância de São Pedro, no Acampamento Farroupilha, recebeu nesta quinta-feira (19) ex-pacientes do Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP). A maioria – 25 ao todo – é moradora da Vila Residencial Morada São Pedro, a mais antiga que, desde 2001, abriga pacientes desinstitucionalizados em 16 casas. Junto a eles estavam dois ex-moradores que recém fizeram a transição para um lar. Catarino, da Unidade Moisés do hospital desde 1961, se mudou no início do mês para um Residencial Terapêutico em Viamão, composto por quatro casas. Além dele, Paulo Roberto, que vivia na Unidade Missões, também foi morar no local.

Antes da transferência, Catarino e Paulo Roberto fizeram diversas visitas devido à necessidade de experimentação deles e, também, para ambientação dos colegas de morada. “É uma mudança que exige adaptação, pois eles saem de um ambiente hospitalar e vão para uma casa que tem rotina, estrutura e companheiros”, destaca a psicóloga Cinthya Juruá.

O grupo do Morada São Pedro é mais experiente em movimentação e sempre é convidado para passeios e a conhecer lugares. O enfermeiro Alexei Bonetti informa que os moradores já passaram dias na praia e visitaram cidades na serra gaúcha.

Mas Catarino e Paulo Roberto estão em processo de ambientação. Eles fazem parte de um total de oito pacientes que estão se desligando do HPSP, que atualmente possui 76 moradores. As mudanças passam inclusive pelas roupas. Antes eles usavam vestimentas marcadas, com o nome da unidade a que pertenciam.

A enfermeira Maurelize da Silva explica que faz parte do processo eles passarem a usar roupas comuns. Catarino esperava o almoço vestindo um blusão de lã azul, boné e calças compridas. Paulo Roberto usava uma camiseta branca e calças. Todas roupas novas, compradas para a nova vida que passam a ter. Depois do passeio, eles seguem para suas casas.

“É uma transição um pouco lenta, há uma preparação para recebimento, para a convivência com quem já está, tudo isto é um trabalho que envolve uma equipe”, conta a técnica Marenice Sorates, que recebeu os dois novos moradores de Viamão. O Residencial Terapêutico é um conjunto de casas preparadas para um grupo de moradores que conta com cozinheiro, serviços gerais, técnico responsável e cuidador. Eles tem à disposição diversas atividades, como oficinas de música e de culinária.

Os mais antigos já estão ambientados e tem uma vida com liberdade, escolhendo suas atividades e passeios. “Procuramos sempre oferecer uma programação, para que eles não fiquem ociosos, dentro das limitações e da vontade deles porque, nas casas, o querer deles é respeitado”, diz Cinthya. A equipe multidisciplinar que acompanha os egressos do HPSP conta com psicólogos, enfermeiros, educador físico, entre outros profissionais especializados.

Catarino toca uma gaita de boca enquanto espera o almoço ao lado de dois técnicos da saúde dentro do galpão.
Catarino ao lado de técnicos que o acompanham - Foto: Divulgação/SES
De camisa branca, Paulo Roberto, egresso do Hospital São Pedro, está entre dois técnicos da saúde dentro do galpão.
Residencial Terapêutico de Viamão é o novo lar de Paulo Roberto - Foto: Divulgação/SES
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