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Seminário aborda relação entre tuberculose e segurança alimentar

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Carla Jarczewski fala num púlpito de madeira. Ao fundo um projetor exibe o início da apresentação. As paredes são brancas e uma mesa de madeira com cadeiras está vazia ao centro da foto.

As secretarias estaduais da Saúde (SES) e Desenvolvimento Social (Sedes) promoveram nesta quarta-feira (27/03) o seminário “Tuberculose e Segurança Alimentar: possibilidades de articulação nos municípios do RS”, organizado em parceria com o Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose RS. Sediado no auditório da Escola de Enfermagem e Saúde Coletiva da UFRGS, em Porto Alegre, e transmitido ao vivo para os inscritos em formato híbrido, o evento multidisciplinar buscou fortalecer ações e debater a complexidade do tema em diferentes esferas.  

Com a premissa de compreender a tuberculose como uma responsabilidade coletiva e compartilhada dentro das políticas públicas, o seminário proporcionou a intersecção entre o contexto epidemiológico e a grande área da segurança alimentar. A nutricionista Lilian Paiva, que atua no Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras do Rio de Janeiro, iniciou o evento demonstrando a relação entre a desnutrição e as doenças socialmente determinadas, como é o caso da tuberculose. Lilian ressaltou que segurança alimentar precisa garantir a equidade e o cuidado centrado na pessoa, e não no diagnóstico. “Todas as esferas de governo e sociedade civil precisam compreender que apenas disponibilizar o alimento não é sinônimo de garantir a alimentação. As desigualdades econômicas, vulnerabilidades e agravamento de infecções podem ser obstáculos que impedem uma nutrição adequada e de qualidade. Precisamos olhar para o todo”, pontuou. 

A diretora técnica do Hospital Sanatório Partenon e coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da SES, Carla Jarczewski, apresentou dados estatísticos da infecção no Estado e reforçou a necessidade de articulação do tema dentro e fora dos serviços especializados. O Rio Grande do Sul apresenta o coeficiente de infecção da tuberculose de 46,6 novos casos por ano a cada 100 mil habitantes. “São indicadores ruins, apesar de trabalharmos muito, pois apenas os esforços da saúde não estão sendo suficientes para conter a epidemia que existe no Estado. Vigilância epidemiológica, assistência e gestão devem ser eixos conectados ao processo de cada município”, justificou Carla. “Na prática, pouco adianta termos um programa de enfrentamento do Ministério da Saúde se não tivermos capacitação e articulação a nível local, que é onde o usuário busca tratamento”, completou a coordenadora do Programa Estadual.  

Diretora do Departamento de Segurança Alimentar e Combate à Fome da Sedes, Naiane Dotto explicou a convergência entre o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), o Sistema Único de Assistência Social (Suas) e o Sistema Único de Saúde (SUS). “É importante repensar como estamos enfrentando questões intersetoriais e como estamos oferecendo acesso a direitos dentro dessas siglas. Dentro das competências específicas, nosso objetivo hoje é alinhar o que é de cada área contemplando a pessoa e sua família como uma unidade, e não como demandas separadas em secretarias separadas”, argumentou. 

O seminário também contou com a participação da Presidente do Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose (CEETB-RS), Neusa Heinzelmann, do Fundador do Coletivo Estadual de Lutas da População em Situação de Rua do Estado, Nilson Lopes, da assistente social, Amanda Spindola, e da coordenadora da Política de Segurança Alimentar de Viamão, Leticia Ferraz Corrales.  

O evento teve espaço para perguntas e, ao final, propôs debate com palestrantes e público, com o objetivo de construir redes e pactuações intersetoriais nos municípios que garantam o acesso à alimentação suficiente e de qualidade às pessoas com tuberculose. 

 

Por Mariana Ribeiro/SES
Secretaria da Saúde